E
se José, pai de Jesus, fosse daqueles homens que procuram o Criador perscrutando-lhe
a obra, e achasse que Deus teria de ser mais compreensivo, menos soberbo, sem
crueldade, diferente dos outros deuses que vivem da obediência cega dos homens,
abusam deles poisando nas suas mulheres, engravidando-as sem cuidar de
respeitar os maridos? E se José ensinasse ao filho, não a doutrina do Deus do
Antigo Testamento, mas a doutrina de um Deus bom, que se comprazesse com a obra
por Ele criada, compreensivo com os pecados humanos, que mais não são do que
falhas na criação? E se Jesus saísse pelo mundo a ensinar a doutrina desse S.
José, em vez da doutrina do seu Pai do céu?
“Que
Deus é este que toma a mulher de um homem honrado e nela deposita a sua
semente?” é a pergunta que Nuno Lobo Antunes coloca na mente do São José que
ele imaginou no seu último livro, “Em Nome do Pai”.
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