terça-feira, 1 de novembro de 2011

O DIA DOS NOSSOS SANTOS

Entre os Celtas, começava hoje o Inverno. E era da noite de ontem para a de hoje que se diluía o nevoeiro que separava o mundo dos mortos e os dos vivos e aqueles aproveitavam para rever os locais onde viveram e os familiares que tinham entre os vivos. Os Duidas, os sábios que exercitavam as sabedorias debaixo dos carvalhos, intermediavam as conversas entre os vivos e os mortos. Era uma noite de alegrias e de tristezas, mas de festa. Vieram os romanos e a festa não amainou porque também os romanos criam que os seus "Manes" rodeavam os lares dos seus por saudades e cuidados.
Mas os cristãos não tinham a alma cheia como os Celtas, nem davam pela "centelha divina" que todos trazemos em nós, e só acreditavam no que lhe era revelado. E eram contra os ritos antigos através dos quais os povos comungavam com a natureza naquilo que Nietzche havia de teorizar como o "eterno retorno".
Gregório Magno já havia insistido que por cima das festas pagãs, se fizessem festas cristãs. O seu sucessor Gregório III consagrou uma capela em Roma a todos os Santos e impôs a respectiva festa a 1 de Novembro. E assim estamos a festejar Todos-os-Santos, a começar pelos de nossas casas, como o faziam os Celtas.