sábado, 12 de outubro de 2013

O HOMEM DE CONSTANTINOPLA



Das ruínas do império otomano até à Inglaterra imperial, do querosene ao petróleo, do comércio dos tapetes ao mundo financeiro, passando pelo Ritz dos hotéis de luxo, há de tudo um pouco no novo livro de José Rodrigues dos Santos, autor incontornável no mundo das letras portuguesas, digam les beaux esprits o que disserem. Esta nova obra do jornalista, professor universitário e homem de mais letras, cobre o fim do século XIX e o dealbar do 20.º. Lá para o São Martinho haverá mais coisas sobre o Senhor 5%.

domingo, 22 de setembro de 2013

UMA "AVALIAÇÃO AMIGA"

Ontem, à Dra. Manuela, deu-lhe para me avaliar. A sua generosidade foi mais forte que a realidade e só escreveu palavras agradáveis!


domingo, 15 de setembro de 2013

MUMADONA DIAS


Hoje ela lá continuava imponente, enquanto a população brincava à medievalice pelas ruas do centro histórico da cidade a que seu bisavô deu nome. O seu sobrinho, Ramiro II de Leão, foi rei da Terra Portucalense, deixando várias lendas no imaginário português.

INOCÊNCIO III



Lotário de Segni tinha tudo para ser um homem do mundo, já que não lhe faltavam riqueza e influência. Todavia fizeram-no cardeal e aos trinta e seis anos foi Papa. Foi com ele que a Igreja se tornou dona do mundo ocidental e ele o representante de Cristo na Terra, fazendo os donos do mundo ajoelhar-se aos seus pés. Apurou a cristandade, limpando-a dos Cátaros à força da espada, perseguindo os judeus, organizando a IV cruzada para ir limpar a Terra Santa, mas que, pelo caminho, limpou Constantinopla, julgando-se que, assim, se acabaria com a igreja grega ortodoxa. Domingos de Gusmão foi por ele abençoado, embora a sua ordem assassina só fosse aprovada depois da morte deste Papa, ao contrário dos franciscanos. Organizou o 4.º concílio de Latrão que haveria de dogmatizar a igreja com as regras que mais a caracterizaram até à idade das luzes. Gerardo Laveaga “pinta-nos” um Inocêncio, longe daquela ideia generalizada de que se tratou de um homem santo, inteligente e com espírito de humor apurado. Ao mesmo tempo deixa-nos um bom relato da história da Europa do fim do século XII e princípios do século XII.

sábado, 14 de setembro de 2013

4.º Encontro Internacional de Arte ao Redor do Touro




Vai para cinco anos que, ao trocar impressões com Joaquin Manzano, de Arévalo, sobre a obra que tem exposta no “Vale de los Sueños”, que Federico Eguia, em boa hora, semeou em Puebla de de La Sierra, dizia-me ele que, então, o que lhe consumia o espírito era o “touro”: Altamira, Guisando, la Fiesta, eram temas que o deixavam perplexo. Nós, que pensávamos numa qualquer iniciativa que unisse os artistas plásticos da velha Ibéria num evento anual, tomamos à letra a inspiração daquele momento e elegemos o “touro” para congregar os artistas que quisessem aderir. Nasceu assim o 1.º Encontro Internacional de Arte ao Redor do Touro. As instalações da Galeria Vieira Portuense foram pequenas para tantos autores que aí foram apresentar os seus trabalhos.
O segundo evento sobre o tema foi em Sousel, sítio da mais antiga praça de touros do país, mostrando-se pequeno o seu Centro Cultural para as gentes que, de muitos lados, por lá apareceran para a inauguração da alargada mostra sobre o touro.
O ano passado foi a tradição das “chegas” de Montalegre que nos levou ao Eco-museu do Barroso que também se encheu para o 3.º Encontro.
Este ano é em Guimarães, berço da nacionalidade, que se realiza o 4.º Encontro Internacional de Arte ao Redor do Touro, em parceria com a ASMAV que, renascendo das cinzas, tem mostrado uma actividade cultural sem paralelo na sua alongada história.
Mais de sete dezenas de artistas plásticos, de várias latitudes, apresentam as suas obras de variadas técnicas e multíplices mensagens, mas todas com um só tema: o touro.

Agostinho Costa

O LIVRO NEGRO



Hilary Maniel há-de voltar ao tema e demonstrará como Thomas Cromwel levou o rei Henrique VIII a casar com Ana de Cleves, como neste livro mostra-o a preparar-lhe o casamento com Jane Seymour, como já o mostrara a preparar o casamento do rei com Ana Bolena. É a história da Inglaterra e da sua luta pela independência perante Roma, que a autora nos traz nesta série de livros que começou com “Wolf Hall” e acabará não sabemos como. Ou a história do filho de um ferreiro que tomou as rédeas da Inglaterra, servindo um rei apaixonado, vicioso e fraco que lhe pôs todo o poder nas mãos.

sábado, 7 de setembro de 2013

"EM NOME DO PAI"



E se José, pai de Jesus, fosse daqueles homens que procuram o Criador perscrutando-lhe a obra, e achasse que Deus teria de ser mais compreensivo, menos soberbo, sem crueldade, diferente dos outros deuses que vivem da obediência cega dos homens, abusam deles poisando nas suas mulheres, engravidando-as sem cuidar de respeitar os maridos? E se José ensinasse ao filho, não a doutrina do Deus do Antigo Testamento, mas a doutrina de um Deus bom, que se comprazesse com a obra por Ele criada, compreensivo com os pecados humanos, que mais não são do que falhas na criação? E se Jesus saísse pelo mundo a ensinar a doutrina desse S. José, em vez da doutrina do seu Pai do céu?

“Que Deus é este que toma a mulher de um homem honrado e nela deposita a sua semente?” é a pergunta que Nuno Lobo Antunes coloca na mente do São José que ele imaginou no seu último livro, “Em Nome do Pai”.

sábado, 27 de julho de 2013

POESIA NA GALERIA



Sempre ao terceiro Sábado de cada mês, pelas 17 horas, no nº 50 do Largo dos Lóios, da cidade do Porto, dezenas de poetas juntam-se à volta de um cálice de vinho do Porto, numa tertúlia onde se dizem poemas de todas as eras, alguns dos próprios declamadores. Basta para tanto aparecerem, inscreverem-se à entrada da galeria de arte onde isto acontece, e aguardarem pela sua vez de intervir. Não há classes ou hierarquias seja de que género for. Gente de poucas letras intervém ao lado de licenciados, sem que isso cause qualquer intimidação ou atente contra a sã convivência que tem caracterizado estes eventos, que já duram há vários anos e já deram aos escaparates duas colectâneas de poesia.

Cromwell



Agora que apareceu a edição portuguesa de “O livro Negro” de Hilary Maniel, vencedor do “Man Booker Prize 2012”, é tempo de recordar o “Wolf Hall”, também da mesma autora, também ele galardoado com o “Man Booker Prize”, sendo coisa rara a atribuição deste prestigiado prémio duas vezes ao mesmo autor. A Inglaterra do século XVI, com Cromwell a afirmar a sua influência e a implantar as suas reformas perante o parlamento inoperante e Henrique VIII enleado nas suas paixões, são o âmago destes dois livros.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

INFERNO



Malthus, no séclo XVIII, alertava para a “praga biológica” que resultaria da subida da taxa de natalidade e da descida da taxa de mortalidade. Que fazer? Porque alguma coisa há-de ser feita uma vez que “os lugares mais tenebrosos do Inferno estão reservados àqueles que mantêm a neutralidade em tempos de crise moral”. Castrar a raça humana? Dan Brown, no seu “Inferno”, não muito dissociado d’ “A Divina Comédia” de Dante, dá-nos a resposta, ao fim de 104 capítulos e um epílogo, depois de nos ciceronar por Florença, Veneza e Istambul e da descida aos infernos, como a descreveu Dante no século XIV.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

A TRANQUILIDADE DE IRENE PISSARRO NA GALERIA VIEIRA PORTUENSE



“Tranquilidade” é a designação que Irene Pissarro encontrou para a exposição que tem patente na Galeria Vieira Portuense. Esta poetisa da cor usa os pontos, as linhas e as cores para deixar na tela as suas emoções, como o fazem os poetas com o alfabeto. São aqueles os seus meios de escrita e o resultado são as largas manchas que vemos na sua exposição, ora a caminho do abstracto  ora a caminho do figurativo, mas sempre num tom poético e feminino, o que dá um encanto especial às suas obras.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

“O Segredo de Compostela”



A Agostinho da Silva apetecia-lhe ser e proclamar tudo o que imaginava ser a doutrina de Prisciliano. Com efeito o priscilianismo perdurou de tal modo e durante tanto tempo na Galiza, que vários foram os concílios que elegiam para sua ordem de trabalhos essa doutrina que, então, condenavam, mas agora é aplaudida pelo comum dos mortais. Neste tempo de descanso, outro romance que anda por aí e apetece ler é o do presidente da Câmara de Penafiel, Dr. Alberto S. Santos,  sobre o santo herege da Galiza que nos deixa um excelente enredo com muita informação sobre os primórdios do cristianismo, no século quarto, tempo dos primeiros doutores da Igreja e das agonias do império romano. “O Segredo de Compostela” não podia ser outro se não o do embuste que nos põe a rezar a Santiago, frente aos ossos de Prisciliano na maior catedral da Galiza. 

terça-feira, 16 de julho de 2013

A MARCA DO SANTO HEREGE



Porque este é o mês de Santiago e é tempo de literatura leveira que se possa ler à beira-mar ou à sombra de uma árvore frondosa, recordo “A Marca do herege” de Susana Fortes.
O herege é Prisciliano que Buñuel coloca no centro do seu “Via Láctea” e muitos historiadores referem na história do cristianismo ibérico, com nota gnóstica e celta, que morreu às mãos do dogma niceno e estará sepultado na cripta da catedral de Compostela disfarçado de Tiago, apóstolo.

Susana Fortes é uma galega, licenciada em História e Geografia, hoje a viver em Valência, autora de várias obras, entre as quais se conta este thriller interessantíssimo, que decorre nas incríveis ruas do casco viejo da cidade de Santiago de Compostela.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

S. PRISCILIANO MATAMOUROS



Unamuno disse um dia: "No me puedo imaginar por un momento  que un católico medianamente cultivado  pueda creer que  las reliquias de Compostela son las de Santiago. Todo el mundo sabe que pertenecen a Prisciliano." Eu também não. O apóstolo Tiago foi morto na Judeia, no ano 44 da nossa Era. Dizem muitos que os seus discípulos o mandaram para Espanha numa barca de pedra que aportou na actual Padron. Só que as crónicas são omissas até que, em 814, o eremita Pelaio descobre uns ossos que lhe aponta uma estrela e que a clarividência divina declara serem os do Santo. Todavia muitos são os autores que dizem que é mais certo não estar sepultado em Compostela o Santo Apóstolo. Por todos, Duchesne, em 1900.

domingo, 14 de julho de 2013

A MENINA DA PRAÇA



Henrique Moreira quis festejar a “Juventude” esculturando-a em mármore. Mas para o povo da cidade passou a ser a “menina da Praça” ignorando aquela designação que o Mestre avintense lhe determinara. Está ali, no topo dos Aliados, há dezenas de anos, a dar nota da eterna juventude desta cidade que não se acadima aos destinos aziagos que ora a querem ensombrar!

LIVROS NA PRAÇA DA LIBERDADE



Aqui há tempos lia-se no “JN”: «Mais de 80 anos depois da primeira edição, em 1930, a Feira do Livro do Porto enfrenta a maior crise da sua história. A Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) prepara-se para anunciar o cancelamento da próxima edição, que deveria realizar-se no início de junho, alegando não estarem reunidas as condições financeiras necessárias para o efeito. Na origem do problema está a recusa da Câmara do Porto em renovar o protocolo de quatro anos, que expirou em 2012, ao abrigo do qual a organização recebia 75 mil euros, apoio logístico e isenção das taxas camarárias.».
Foi mais um tiro na tradição portuense, que vai morrendo se novo edil, com outra sensibilidade, não vier tomar as rédeas do poder da cidade.

Todavia, hoje, a Praça da Liberdade e a Avenida dos Aliados, animam-se com livros e os portuenses não deixaram de responder à chamada. Também eu, depois de um cimbalino na esplanada do Guarani, dei por ali uma volta só para ver o ambiente, já que estou fidelizado a algumas livrarias que me fazem descontos especiais. Porém, o apelo dos livros não impediu que me habilitasse com duas sacadas de títulos que me seduziram. Como a tantos outros chamados pelo evento. E seria assim que se ressuscitaria a cidade se houvesse mais incentivos e menos obstruções à vida no velho Porto!

sábado, 13 de julho de 2013

A Visita da Velha Senhora



O fim-de-semana é sempre bem-vindo para recobro das energias. Todavia este está cheio de nuvens negras. Por cá ninguém se entende e a “troika” só vem com os milhões lá para o Outono. Mas parece que só deixará os milhões se os nossos “maiores” mandarem para a desgraça mais umas dezenas de milhar de desprotegidos e para a desesperança uma nação inteira, lançando para o Limbo os princípios e regras da democracia.
Claro que os nossos políticos não aceitam qualquer atropelo aos direitos das gentes portuguesas, mas como o dinheiro lhes faltará na “manjedoura” a breve prazo, já se fala por aí em suspensão da democracia, como a quis, fatalmente, ensaiar D. Carlos, pretendendo o Presidente da República um “arranjo” ao arrepio do que está arranjado no Parlamento por vontade do povo.
Este triste enleio levou-me ao Teatro Nacional de S. João, que os do Porto ergueram para festejar João VI e por onde andou o pincel do, por mim admirado, Acácio Lino de Amarante, no dealbar do séc. XX, depois do incêndio.
Subia à cena “A Visita da Velha Senhora”, de Dürrenmatt, que eu li nos meus 18 anos, quando Marcelo Caetano ensaiava a sua primavera e nos veio o melhor do teatro europeu – Brecht, Anouilh, Beckett, etc..
Lembrava-me bem do enredo: uma cidadezinha falida, uma velha senhora, riquíssima filha da terra, e a promessa de um milhão se matassem o merceeiro. Toda a gente repudiou o negócio, mas ninguém deixou de ir gastando por conta do milhão que aí viria.

A peça tem encenação de Nuno Cardoso que, em cena, foi deixando correr a velha história: ninguém aceitava o hediondo crime, mas como toda a gente já vinha a viver “à grande e à francesa” por conta dos dinheiros prometidos, outro jeito não houve se não o de alargar as consciências e perpetrar o crime exigido, como quem cumpre uma obrigação devida à comunidade.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

“Glória” de Vasco Pulido Valente



Viu a luz do dia há quase um ano. “Glória”, de Vasco Pulido Valente, é um bom livro de história da segunda metade do século XIX, que se lê com agrado. O autor parte do crime de Vieira de Castro, que, com sangue frio e premeditação, assassina a mulher, que julga adúltera, e avança na descrição da vida do assassino que torna fio condutor dos principais acontecimentos da segunda metade do século XIX português, com especial destaque para a história de Camilo Castelo Branco, amigo ácido de Vieira de Castro. É um livro de história, sem os cânones rígidos do positivismo, que se lê bem, no intervalo das crónicas que Pulido Valente assina na última página do “Público”.

domingo, 7 de julho de 2013

A PRIMEIRA TARDE PORTUGUESA

Acácio Lino


Os “adoradores da Luz” comemoram a 24 de Junho o seu esplendor, por ser este o dia maior do ano. Por isso escolhiam esta data para a prática dos grandes actos acreditando terem a protecção cósmica garantida ao assim procederem. Não há ciência certa que justifique a razão porque Afonso Henriques resolveu, no Campo da Ataca, em Guimarães, dar batalha às tropas de Fernão Peres de Trava nesse dia 24 de Junho de 1128, ano em que, no concílio de Troyes, se confirma a Regra que Bernardo de Claraval redigiu para os Templários. O que se sabe é que nessa tarde gloriosa de 24 de Junho de 1128, Afonso Henriques e outros cavaleiros, traçaram a golpe de espada a Independência de Portugal, como tão bem interpretou na tela o pintor amarantino, Acácio Lino.

MADRUGADA SÓRDIDA



A “madrugada”, mais que suja, é sórdida. E o livrinho, de tão “soft”, não resolve a questão de tal sordidez. Melhor seria que o “herói” da história, em vez de ir para o monte alentejano ler o “Guerra e Paz”, se debruçasse sobre o “Crime e Castigo”. Poderia ser que inspirasse o autor a imprimir maior proporcionalidade entre o crime hediondo e as respectivas consequências.

De resto, gosto de ler Miguel Sousa Tavares. E nesta obra revejo parte do meu tempo, já que foi no Alentejo que fiz o serviço militar obrigatório, em pleno PREC. Isto é, pelos montes alentejanos em campanhas de “alfabetização”, a acompanhar os trabalhadores na ocupação de herdades e mais tarde, nos tempos de desencanto, em que António Barreto ministrava a agricultura, cheguei a comandar o pelotão que restituiu a primeira herdade ao agrário seu dono.

sábado, 6 de julho de 2013

"O RETRATO DA MÃE DE HITLER" e a canícula


Agora que a canícula aperta, vem a calhar a praia e um bom livro, leve e útil, como são os romances de Domingos Amaral.
O retrato não passa de um pequeno objecto no bolso de um nazi em fuga. O resto é um emaranhado de situações fictícias que deixam à mostra os tempos reais da Lisboa de 45, com os nazis a passarem para a América Latina, os serviços secretos estrangeiros a desmobilizarem e uma história de amor com pimenta, como as gosta de contar Domingos Amaral. É através desta história que o autor mostra Salazar a reorganizar o seu país de pesadelo, perante a indiferença dos Aliados, o desespero dos oposicionistas e o rumo à estranja dos que o podem fazer.. Lisboa era mais animada "Enquanto Salazar Dormia", mas a ordem das leituras é arbitrária. 

terça-feira, 28 de maio de 2013

PINTAR O PORTO II: 22. Paulo Ossião

PINTAR O PORTO II: 22. Paulo Ossião: Azulejo 42x28 cm Por Paulo Alarcão “ Uma cidade no estuário dum rio, branca vista de longe, dourada do alto dos miradouros ...

terça-feira, 7 de maio de 2013

Lavar a alma na Galiza


Para lavar a alma também se pode ir a Sanxenxo. E a operação melhora se nos sentarmos a saborear um bom rodovalho regado a alvarinho de Cambados, na esplanada do Barco. Na praia, deixamos o espírito vogar pelas longas águas da baía até nenhures, como convém ao descanso de uma semana afanosa. Depois podemos ir a Cambados mergulhar no ambiente celta que aqueles ares ainda guardam. Dizem os mais velhos, com aquele riso manhoso que os deuses lhes deram, que, quando Jesus Cristo foi tentado no deserto, o diabo prometia-lhe o mundo todo, com excepção de Cambados. Se as gaitas de foles aparecerem, o ambiente fica completo.