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Em Sousel a Dra. Graça Patrão deu-me o seu livro de poemas que a editora "MinervaCoimbra" publicou. Li-o num fôlego, mas fiquei angustiado. Os poemas, muito bem escritos, cativam e a gente mergulha neles como se nos olhássemos ao espelho e nos sentíssemos culpados pela desilusão cantada na primeira mão-cheia de poemas escritos pela Mulher. Porque se Aristófanes tiver razão no que disse no famoso Banquete, será triste não ter encontrado o outro pedaço de nós. Mas pior do que isso será tê-lo encontrado e ter passado a vida a descurá-lo. Já a outra mão cheia de poemas escritos pela Professora não nos aleijam, outrossim transportam-nos ao recreio do nosso imaginário. Mas há ali um poema que nos regenera a alma: vem dedicado a Antero de Quental e a Eduardo Catroga. Também eu não tenho filhos, mas não tenciono ir ao Campo de S. Francisco dar dois tiros na cabeça. Porque acredito na vida e comovem-me a inocência das crianças com quem brinco em casa dos meus sobrinhos e dos meus amigos. E nessas alturas, os meus deuses e os seus apóstolos - até Prisciliano - falam-me de um "eterno retorno", muito mais optimista do que o do Nietzsche n' "A Gaia Ciência".Muito obrigado Dra. Graça Patrão pelo "DIÁLOGO COM O SER", que me deu ser a uma tarde de Domingo que ia ser sem motivação.
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