domingo, 12 de janeiro de 2014

UMA COISA INVISÍVEL


O título era de promessa: uma urdidura à volta das maçonarias portuguesas, com homens-chave em posições-chave, sob a larga cobertura maçónica, era um enredo que nos poderia levar a um momento digno de Agatha Christie com a novidade de a coisa se passar pelo nosso pacato jardim à beira-mar plantado.
“O Inimigo Invisível” é o prometedor título da ficção que a autora Rute Pinheiro Coelho deu ao livrinho. E para apurar a promessa há um subtítulo: “Até onde vai o poder da Maçonaria em Portugal?”.
A fazer-me decidir a gastar os não poucos euros que a etiqueta exibia, estava um comentário do jornalista Nicolau Santos a dizer que a coisa era imperdível.
Todavia, para além de matéria a todos os títulos injuriosa para a “Maçonaria” e a “Opus Dei”, ao alcance da tutela penal, já que ambas são entidades de direito privado com personalidade jurídica, a historieta não tem pés nem cabeça, não consegue sequer meter a maçonaria na trama como entidade responsável pelo que quer que seja, esgotando-se o enredo num mar de palha sem origem nem destino.

Estes primeiros livros de autores têm estes riscos e por isso raramente os compro sem primeiro deles ouvir falar. Mas com os diabos: trazia a caução do Nicolau Santos. Será que se deu ao frete sem o ler?

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