O
título era de promessa: uma urdidura à volta das maçonarias portuguesas, com
homens-chave em posições-chave, sob a larga cobertura maçónica, era um enredo
que nos poderia levar a um momento digno de Agatha Christie com a novidade de a
coisa se passar pelo nosso pacato jardim à beira-mar plantado.
“O
Inimigo Invisível” é o prometedor título da ficção que a autora Rute Pinheiro
Coelho deu ao livrinho. E para apurar a promessa há um subtítulo: “Até onde vai
o poder da Maçonaria em Portugal?”.
A
fazer-me decidir a gastar os não poucos euros que a etiqueta exibia, estava um
comentário do jornalista Nicolau Santos a dizer que a coisa era imperdível.
Todavia,
para além de matéria a todos os títulos injuriosa para a “Maçonaria” e a “Opus
Dei”, ao alcance da tutela penal, já que ambas são entidades de direito privado
com personalidade jurídica, a historieta não tem pés nem cabeça, não consegue
sequer meter a maçonaria na trama como entidade responsável pelo que quer que
seja, esgotando-se o enredo num mar de palha sem origem nem destino.
Estes
primeiros livros de autores têm estes riscos e por isso raramente os compro sem
primeiro deles ouvir falar. Mas com os diabos: trazia a caução do Nicolau
Santos. Será que se deu ao frete sem o ler?
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